"Um teatro que não comenta a vida, mas participa dela."
Essa é a proposta da tribo de atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz que faz 32 anos de fundação neste ano, os sulistas de POA fazem um trabalho artístico com música e atuações que mexem com os 5 sentidos numa produção que poderíamos considerar 4D com pessoas reais.
No primeiro momento o nome do grupo não me causou interesse, mas depois que conheci o que eles oferecem me encantei totalmente.
Ontem na aula de "Pesquisa de Clima e das Necessidades de Treinamento" um aluno recém-graduado apresentou o seu TC - Trabalho de Conclusão (olha o TC dando dicas de TC haha) baseado no teatro, responsabilidade social e o processo criativo aliado nas organizações.Ele baseou-se neste grupo e tirou um super 10, um projeto inovador de certa maneira.
Nos deparamos num mundo que diz ser moderno mas é altamente ignorante e preconceituoso, o incentivo das manifestações artísticas deveriam ter a origem na educação de nós brasileiros, e o teatro deveria ser um programa constante no cotidiano, porém as pessoas preferem estar em casa assistindo uma televisão, esta que aliena e manipula os pensamentos mais fracos.
A tribo apresenta um teatro diferente, os teatros de rua ou o teatro que interage diretamente com o público, fazendo os mesmos seguirem, participarem e vivenciarem aquela peça, portanto não se apegam ao teatro tradicional, que é apresentado no palco. As manifestações artísticas estão disponíveis para quem quiser acompanhar onde eles estiverem, usando algo inusitado e que consequentemente chama a atenção.
Mas isso é só uma breve apresentação, estou aqui para falar de uma peça que é produzida por eles que se chama: Aos que virão depois de nós: Kassandra in Process
Kassandra in process é uma peça que choca as pessoas, (só ouvindo ao que se destina, observando o livro e lendo as críticas em outros blogs, me interessou muito). Além de contar a história de Tróia eles usam imagens, sons, cheiros, texturas, sabores e principalmente reflexão.
Vou contar a principal vertente que me apresentaram em relação ao espetáculo, o grupo apresenta apenas para 40 pessoas no máximo, estas que ficam de pé (seguindo eles e participando juntamente).
Em uma cena acontece um ritual com várias mulheres e a principal Kassandra (como na imagem acima) durante este ritual elas tiram as roupas e se beijam entre si, e logo após chegam soldados fardados nazistas e batem nas mulheres, mostrando coisas que espantam a sociedade não habituada, mas o mais (ou menos) interessante é que as pessoas se chocam mais com o beijo entre elas, do que a violência contra a mulher...
Achei interessantíssima a abordagem do grupo, que além de contar uma história vivenciada há anos mostra que ainda cometemos os mesmos erros, que a sociedade sim avança nas tecnologias, mas ainda está totalmente defasada na questão de caráter e moralidade. Que a violência não espanta tanto quanto uma manifestação de homossexualismo.
Não assisti o espetáculo, mas tenho grande interesse de observar quaisquer apresentações deles, é interessantíssima a abordagem que eles utilizam nas peças, faz você pensar e refletir de uma maneira inteligente e sair de lá com algum conteúdo, e não alienada como mostram os teatros de humor ou a TV em sí.
Hoje vivemos em um mundo de copiar e colar tudo, e o diferencial está no inusitado e foi isso que me chamou a atenção neles também.
O grupo está fazendo apresentações pelo Brasil agora, e tem a grande possibilidade de passar nas cidades de Florianópolis e Blumenau aqui em SC.
Se você se interessou e quer saber mais, pode conferir o fotolog deles, e também o site oficial que apresenta todo o trabalho desenvolvido de uma maneira detalhada.
Um bom teatro não está apenas associado aos artistas de renome ou conhecidos, ele também pode estar na sua cidade, vamos prestigiar o meio que estamos inseridos e valorizar o nosso povo, e a nossa arte também! ;D
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